As pessoas mais ou menos
12.02.2018 às 18h00

Twentieth Century Fox Film Corporation
O que é que fica depois da perda que não se sabe quem a causou? O vazio. O ódio. A culpa. “Três Cartazes à Beira da Estrada” é um dos nove nomeados para melhor filmes nos óscares 2018 e é o primeiro de também nove prosas que haveremos de ter ao longo dos próximos dias sobre cada um destes candidatos ao óscar principal
Todos nós vivemos com o peso do que perdemos ou ganhámos e “Três Cartazes à Beira da Estrada” fala sobre o que fica depois das perdas. Embora possa parecer o contrário, aqui não há espaço para os bons e os vilões e isso lembra-me o que uma vez me disseram numa saída à noite e que não tornei a esquecer: não existem pessoas boas nem más, só as mais ou menos. E este filme conta a história dessas pessoas, as que lutam e tentam tornar o mundo um bocadinho melhor, mesmo que isso signifique fazer o mais errado.
E aqui cabe Mildred Hayes, interpretada pela fantástica Frances McDormand - que ganhou o globo de ouro de melhor atriz por este filme e que está nomeada para o óscar de melhor atriz-, uma das mulheres mais fortes que já vimos em filmes deste género. Ela é a mãe de Robbie e Angela Hayes, que morreu numa noite em que regressava a casa sozinha. Foi violada, espancada e queimada viva. Mildred está revoltada, amargurada. Desconsolada por nada se fazer devido à incompetência da polícia, que “está mais empenhada em torturar negros”. Ela, que personifica na perfeição a tão conhecida Rosie the Riveter, o símbolo do feminismo nos anos 50 nos EUA, com o seu lenço na cabeça e o fato azul com que anda sempre vestido, vai mostrar a todos o motivo dessa revolta com a sua força inquebrável.
Para continuar a ler o artigo, clique AQUI
(acesso gratuito para Assinantes ou basta usar o código que está na capa da revista E do Expresso, pode usar a app do Expresso - iOS e android - para fotografar o código e o acesso será logo concedido